tromboembolismo pulmonar (TEP)
O
tromboembolismo pulmonar (TEP) consiste na obstrução das artérias pulmonares
ou um de seus ramos por trombo, na maioria das vezes, formado no sistema venoso
profundo que se desprende e, atravessando as cavidades direitas do coração,
alcança a circulação pulmonar.
O
TEP agudo está associado a alta morbidade e mortalidade, particularmente no
período intra-hospitalar. Alguns registros indicam que a mortalidade
hospitalar, para pacientes com TEP maciço, ultrapassa 30%. O principal
mecanismo que leva ao óbito é a disfunção do ventrículo direito (VD), e a
sobrevivência dos pacientes depende da rápida recanalização da artéria pulmonar
e da redução da resistência ao fluxo de ejeção do VD.
Pacientes
com embolia pulmonar (EP) maciça, instabilidade hemodinâmica e disfunção do VD
apresentam o pior prognóstico, tendo indicação para o uso de trombolíticos.
Quando
trombolíticos não podem ser usados, a tromboembolectomia cirúrgica representa
uma técnica de reperfusão alternativa. Os procedimentos percutâneos oferecem
uma opção adicional de terapêutica aos que têm contraindicação à trombólise,
além de uma alternativa à cirurgia.
O
tromboembolismo pulmonar (TEP) é matéria de interesse de todas as
especialidades médicas. De quadro clínico variável, vai desde quadros
completamente assintomáticos, nos quais o diagnóstico é feito incidentalmente,
até situações em que êmbolos maciços levam o paciente rapidamente à morte. No
Brasil não há dados concretos sobre a sua real incidência, mas nos EUA e na
Europa estima-se que 200.000 a 300.000 pessoas morram todos os anos com TEP,
não sendo raras as situações onde o diagnóstico é feito apenas na necropsia.
Sua
fisiopatologia está intrinsecamente ligada à da trombose venosa profunda (TVP),
pois aproximadamente 79% dos pacientes com TEP têm evidência de TVP nos membros
inferiores e 50% dos pacientes com TVP apresentam embolização pulmonar. Sendo
assim, os fenômenos tromboembólicos (TVP+TEP) compartilham os mesmos fatores de
risco. O último Guideline da European Society of Cardiology (ESC) de 2008 traz
uma interessante divisão destes fatores, separando-os de acordo com o grau de
predisposição de risco e com o fato de estarem relacionados à situação clínica
ou ao paciente propriamente dito.