“Juro, livre e solenemente, dedicar minha vida profissional a serviço da pessoa humana, exercendo a enfermagem com consciência e dedicação; guardar sem desfalecimento os segredos que me forem confiados, respeitando a vida desde a concepção até a morte; não participar voluntariamente de atos que coloquem em risco a integridade física ou psíquica do ser humano; manter e elevar os ideais de minha profissão, obedecendo aos preceitos da ética e da moral, preservando sua honra, seu prestígio e suas tradições.” (Florence Nightingale)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

SAIBA MAIS: HIDROCEFALIA

HIDROCEFALIA
   Hidrocefalia vem do grego: hidro significa água, céfalo cabeça. Hidrocefalia é um acúmulo anormal de fluído – FCE (fluído cerebroespinhal) ou líquor (líquido cefalorraquidiano) - nas cavidades dentro do cérebro chamadas ventrículos. O líquido cefalorraquidiano é produzido constantemente dentro dos ventrículos cerebrais. Em pessoas normais, o líquor normalmente flui através de vias de um ventrículo ao próximo, e então para fora do cérebro, descendo para a medula espinhal. O líquido cefalorraquidiano está em constante circulação e tem muitas funções importantes. Ele envolve o cérebro e a medula espinhal agindo como uma almofada de proteção contra ferimentos. O líquido cefalorraquidiano contém nutrientes e proteínas que são necessárias para a nutrição e funcionamento normal do cérebro. Ele também carrega produtos eliminados dos tecidos adjacentes. Hidrocefalia ocorre quando há um desequilíbrio entre o montante de líquido cefalorraquidiano que é produzido e a quantidade que é absorvido. Por aumentar a quantidade de líquido cefalorraquidiano, os ventrículos se dilatam e a pressão dentro da cabeça aumenta.

   Se as vias de drenagem do líquor forem obstruídas em algum ponto, o fluído se acumula nos ventrículos do cérebro, causando neles um inchaço - resultando na compressão do tecido ao redor. Em bebês e crianças, a cabeça se alargará; em crianças mais velhas e adultos, o tamanho da cabeça não aumenta porque os ossos que formam o crânio já estão completamente unidos.
Hidrocefalia de pressão normal: Há uma condição particular do idoso, na qual ocorre lenta dilatação dos ventrículos. O idoso passa a ter dificuldade para caminhar, perde o controle da urina e tem progressiva perda de memória e das capacidades mentais. Essa síndrome, que muitas vezes pode ser erroneamente diagnosticada como demência ou mal de Alzheimer, chama-se hidrocefalia de pressão normal (HPN). Uma cuidadosa avaliação neuropsicológica deve ser realizada para diferenciar as duas condições. Ao ser tratada, a HPN pode ter bom prognóstico, com melhora das funções mentais.
Sinais e Sintomas:

   As hidrocefalias, as cavidades naturalmente cheias de LCR se dilatam e causam sintomas como dor de cabeça intensa, visão dupla, sonolência excessiva e torpor. Crianças pequenas que têm as fontanelas (moleiras) abertas, apresentam aumento progressivo e anormal do crânio.


Hidrocefalia Congênita e Adquirida:

  - A Hidrocefalia congênita (presente no nascimento) supõe-se ser causada por uma interação complexa de fatores genéticos e ambientais. Estenose de aqueduto, uma obstrução do aqueduto cerebral, é a mais freqüente causa de Hidrocefalia congênita.

  - Hidrocefalia adquirida pode ser resultado de Espinha Bífida, hemorragia intraventricular, meningite, trauma na cabeça, tumores e cistos.

Exemplos:
  • Tumor cerebral - Tumores do cérebro causam inchaço dos tecidos circundantes, resultando em pobre drenagem do líquor.
  • Meningite - Esta é uma infecção das membranas que recobrem o cérebro. A inflamação e debridação desta infecção podem bloquear as vias de drenagem causando hidrocefalia.
  • Prematuridade - Bebês nascidos prematuramente são mais vulneráveis ao desenvolvimento de hidrocefalia do que aqueles nascidos a termo, desde que muitas partes do corpo ainda não estão amadurecidas. A atividade da área que está logo abaixo da linha dos ventrículos no cérebro apresenta um rico suprimento sanguíneo. Seus vasos sanguíneos podem ser facilmente rompidos se o bebê sofrer uma mudança na pressão sanguínea ou na quantidade de fluído no sistema.

Tipos de Hidrocefalia:

  • Hidrocefalia Comunicante - Obstrução do fluxo do líquor no espaço subaracnóide após sair do quarto ventrículo. As causas incluem infecções como meningite (a fibrose obstrui o espaço subaracnóide e o fluxo do líquor), bem como falha de absorção, hemorragia subaracnóide ou bloqueio do sangue através de aneurismas.
  • Hidrocefalia Não-Comunicante - Obstrução do fluxo do líquor no sistema ventricular ou na parte externa do foramen. Geralmente, os sítios de estreitamento são obstruídos. Exemplos incluem cistos colóides os quais obstruem o terceiro ventrículo e tumores do tronco encefálico os quais comprimem o canal entre o terceiro ventrículo e o quarto ventrículo (Aqueduto cerebral, ou de Sylvius).
  • Hidrocefalia Ex-Vacuo ou compensatória - Algumas vezes o cérebro se retrai em tamanho (como no caso da Doença de Alzheimer), e, como resultado, os ventrículos se alargarão para compensar. Ainda que os ventrículos estejam dilatados, eles não estão sob pressão.

Tratamento:

   Sabemos que não há tratamento medicamentoso para as hidrocefalias, nesse caso apenas paliativo. O tratamento que visa solucionar o problema é tradicionalmente cirúrgico.

   O tratamento mais comum das hidrocefalias é através de cirurgias chamadas de derivações, ou seja, que derivam o LCR das cavidades onde naturalmente se represa e drenam para outras cavidades do corpo, diminuindo assim o excesso de líquido dentro dos ventrículos. A drenagem é feita por catéteres delicados que têm em seu trajeto uma válvula que controla a quantidade de líquido que deve ser drenada. Há grande diversidade de válvulas disponíveis nos dias atuais, sendo necessário escolher a que melhor deve se adaptar a cada paciente. A cirurgia mais freqüentemente realizada é a derivação ventrículo peritonial, quando o catéter é colocado de modo a drenar o LCR dos ventrículos para a cavidade abdominal.

Neuroendoscopia:

   Além das derivações há ainda um novo método para tratamento das hidrocefalias não comunicantes, chamado neuroendoscopia. Esse novo método depende de uma aparelhagem própria de alta tecnologia e equipe experiente em seu uso. Permite o tratamento da hidrocefalia através de uma abertura pequena e colocação do sistema guiado por vídeo. Uma microcirurgia é realizada na qual o neurocirurgião desobstrui o trajeto do LCR ou abre uma membrana, formando um novo trajeto. Isso permite que o LCR encontre seu caminho para o ponto em que é absorvido. A grande vantagem desse método é que o paciente fica livre de uma válvula de derivação e de suas potenciais complicações. Além disso, o LCR é drenado de forma mais natural. As características individuais de cada paciente devem ser levadas em conta antes de optar-se pelo método mais adequado de tratamento.

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